Lição de vida de uma jovem vietnamita, apesar das sequelas pós-guerra
- Equipe Mundo a Dois
- 25 de nov. de 2015
- 3 min de leitura
Junto a Hanói, capital do Vietnã, existe a cidade-satélite de Vính Phúc, que abriga um vilarejo pobre onde se localiza a casa de uma jovem chamada Nguyet.

Nguyet, assim como milhões de outros vietnamitas, vive com sequelas do pós-guerra. Ela nasceu sem os braços, como consequência da contaminação química promovida pelos Estados Unidos da América, durante a guerra do Vietnã, que durou de 1955 a 1975.

Como ela nasceu com essa deficiência, aprendeu a superá-la e a realizar todas as suas atividades cotidianas com auxílio somente dos membros inferiores, o que certamente lhe causa uma grande limitação, mas não a impossibilita de ter uma vida completa.

Ela vive com os seus pais, consegue até cuidar de seu sobrinho mais novo e diz que o seu sonho é poder comprar a sua própria casa no mesmo vilarejo, para ser mais independente e poder viver uma vida tranquila.


Durante a guerra, os militares estadunidenses lançaram de aviões e helicópteros centenas de toneladas do Agente laranja, em quase a totalidade do território do Vietnã e outros países da Indochina, com a finalidade de destruir as florestas (para facilitar a movimentação de suas tropas) e dizimar a resistência dos vietnamitas.

Estadunidenses pulverizando o agente laranja e bombardeando o Vietnã
O agente laranja produzido era um herbicida muito agressivo, até hoje considerado uma das substâncias mais perigosas do mundo, altamente cancerígeno e que destruiu as florestas e o habitat natural dos países atingidos (Vietnã, Camboja e Laos), deixando quase 5 milhões de pessoas expostas aos seus efeitos, o que provocou o surgimento de diversas enfermidades irreversíveis, especialmente, câncer, síndromes neurológicas e malformações congênitas.
Centenas de milhares de pessoas morreram com o contato direto e às que sobreviveram, restaram as consequências dessa arma química, cujo efeito ainda não findou. Mais de 40 anos depois do fim da guerra, a toxina do agente laranja continua biologicamente ativa e, em alguns locais, a concentração atual é superior a 400 vezes o limite máximo de toxidade tolerável por humanos, razão porque as crianças ainda nascem com as mais variadas e aterradoras sequelas.
Apesar de as Convenções de Genebra (1864-1949) proibirem a utilização de armas químicas, os estadunidenses as usaram em larga escala na guerra do Vietnã. A mais utilizada foi a Napalm (mistura de gasolina com resina de palmeira que, em combustão, chega aos 1000°C) e que, ao aderir à pele, queima os músculos e funde os ossos, além de liberar monóxido de carbono, matando por asfixia.
Para não dar ponto sem nó, os EUA, além de causarem toda essa catátrofe ao Vietnã, impactando as suas terras agriculturáveis e a própria população, que ficaram envenenadas e contaminadas pelo bombardeio químico, realizaram forte pressão para que os países ocidentais negassem socorro às vítimas, o que levou à fuga maciça de 2 milhões de vietmamitas de seu próprio país ao final da guerra.
Ao final, o saldo de mortos foi de cerca de 60 mil militares estadunidenses e quase 1 milhão e 800 mil militares vietnamitas. Os EUA não tiveram nenhuma morte civil, enquanto o Vietnã estima o número de mortos civis em até 5 milhões, acrescidos dos mortos civis do Camboja e Laos, estimados em até 500 mil.
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